Esse garoto é o Lukas Ryuichi Wada Irie, de 12 anos. A história abaixo ele fez com 11 anos. No primeiro dia que veio no Garatuja, acompanhado da mãe e da tia, não consegui ver seu rosto. Estava literalmente com a cara enfiada num gibi que acabara de comprar. Foi a primeira pessoa que vi andar e ler ao mesmo tempo...esse menino gosta mesmo de história em quadrinhos. Para visualizar melhor sua história, click na imagem.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
Concursos, editais e salões de História em Quadrinhos.
Repasso aos interessados e-mail que recebi sobre concursos voltados a História em Quadrinhos e Ilustração: "Temos o prazer de comunicar esta boa notícia. No contexto do Earth Summit 2012 (Rio + 20) está sendo lançado um concurso Crie Futuros em quatro países: iniciativa do Uruguai e mais Brasil, México e República Dominicana. A proposta é criar futuros desejáveis em quadrinhos e ilustrações, com o tema dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Para saber mais vejam o regulamento no link: http://vimeo.com/23660695 . O prazo para entrega é 16 de setembro, premiação em outubro e teremos um evento simultâneo ao Rio + 20 em 2012". Outro evento voltado aos desenhistas é o 38 Salão Internacional de Humor de Piracicaba. O mais tradicional Salão de Humor do Brasil está aberto à participação de artistas profissionais ou amadores que queiram se inscrever nas categorias: cartum, charge, caricatura, tiras e vanguarda. Prazos e maiores informações: www.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br . Outra dica é o edital do PROAC lançado pela Secretaria de Estado da Cultura de SP para publicações de História em Quadrinhos. Dado importante: no mínimo 02 (dois) projetos selecionados serão de proponentes sediados fora da capital do Estado de São Paulo. (Tá mais do que na hora de se pensar em editais específicos para o interior). Serão dez prêmios de R$ 25.000,00 e a inscrição vão até o dia 17 de junho de 2011. Informações: http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.743e24c3aed90ec40fc55410e2308ca0/?vgnextoid=e2d1bb80c43af210VgnVCM2000004d03c80aRCRD&vgnextchannel=4923b23eb2a6b110VgnVCM100000ac061c0aRCRD
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Garatuja, uma girândola de escárnio e fantasia.
Esse era o nome de uma ótima revista em quadrinhos publicada em São Paulo entre 1977 e 1983. Foram um ou dois números experimentais que precederam os quatro oficiais, além de dois pôsteres. O nome da revista me chamou atenção logo de cara e, tempos depois, batizei uma gata que apareceu no atelier com esse nome. A gata não saia de cima dos meus trabalhos e em 1983, quando assumi o Clubinho de Artes e Arteiros de Atibaia, rebatizei o espaço com o nome de Oficinas Garatuja... que hoje é o Instituto de Arte e Cultura Garatuja. Mas voltando a revista: No período em que foi lançada não era comum publicações nacionais de quadrinhos "adultos" com essa qualidade. A revista trazia histórias do editor Luis Fellipe Dias Ferreira, Antônio Carlos Peres, Sérgio Gonzalez e outros, alternadas com fotonovelas, entrevistas e ensaios. Os dois primeiros números tinham formato grande, que foram reduzidos a partir do terceiro e com a novidade da capa colorida na número quatro, embora o miolo, como sempre, continuasse em preto e branco. A Garatuja cinco anunciava uma entrevista inédita com Hergé, o criador de Tintim, mas infelizmente nunca saiu. Hoje essas revistas são raridades e podem ser consultada pelos freqüentadores do Instituto Garatuja.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Pinus
Em 1986 soube que uma Revista de Psicologia faria seleção de novos desenhistas e ilustradores. A revista passava por uma remodelação e a intenção era publicar, todo mes, uma história em quadrinhos na ultima página. Corri e fiz a história que segue. Acho que imaginei o Pinus como um personagem que a cada história dava um fora diferente com sua Psicóloga. (Pensando bem, eles nunca aceitariam essa idéia! rss). A arte final foi feita com canetinha nanquim e a retícula com Decadray (quem se lembra?). Com o desenho embaixo do braço fui para o endereço anunciado. Foi o maior chá de cadeira que tomei na vida. Desanimado, deixei a história com a secretária e nunca mais voltei. Tempos depois, fuçando nas gavetas, achei um xerox desbotado dela. Hoje, graças ao Photoshop, eis o desenho recauchutado. Para visuailizar melhor, click na imagem.
domingo, 8 de maio de 2011
A História da História em Quadrinhos.
Por Márcio Zago
Muito se falou sobre o fenômeno dos quadrinhos. Existe uma vasta bibliografia dedicada ao tema, com pontos de vista as mais diversas, mas alguns livros são fundamentais para entender esse universo. Shazam! é um deles. Publicado na década de setenta, mais precisamente em 1972, esse livro com quase quarenta anos de idade, continua sendo referencia obrigatória pra quem quer conhecer melhor o mundo dos quadrinhos. Seu autor - Álvaro de Moya é um teórico apaixonado pelo que faz. Nesse livro ele conta, logo no inicio, a façanha de ter realizado a primeira exposição de originais de quadrinhos no mundo. É isso mesmo, nem os próprios americanos, que se dizem os criadores do gênero, tiveram essa idéia. E isso aconteceu em 1951, período em que os quadrinhos sofriam grande perseguição. O evento levou o nome de Primeira Exposição Internacional de História em Quadrinhos. Com a recusa do MASP em realizar a exposição, ela aconteceu no Centro Cultura e Progresso, em São Paulo. Nas paredes, originais de Alex Reymond, Hall Foster, All Capp, Milton Caniff, e outros.
Muito se falou sobre o fenômeno dos quadrinhos. Existe uma vasta bibliografia dedicada ao tema, com pontos de vista as mais diversas, mas alguns livros são fundamentais para entender esse universo. Shazam! é um deles. Publicado na década de setenta, mais precisamente em 1972, esse livro com quase quarenta anos de idade, continua sendo referencia obrigatória pra quem quer conhecer melhor o mundo dos quadrinhos. Seu autor - Álvaro de Moya é um teórico apaixonado pelo que faz. Nesse livro ele conta, logo no inicio, a façanha de ter realizado a primeira exposição de originais de quadrinhos no mundo. É isso mesmo, nem os próprios americanos, que se dizem os criadores do gênero, tiveram essa idéia. E isso aconteceu em 1951, período em que os quadrinhos sofriam grande perseguição. O evento levou o nome de Primeira Exposição Internacional de História em Quadrinhos. Com a recusa do MASP em realizar a exposição, ela aconteceu no Centro Cultura e Progresso, em São Paulo. Nas paredes, originais de Alex Reymond, Hall Foster, All Capp, Milton Caniff, e outros.
No Garatuja, além do livro Shazam! tem também A História da História em Quadrinhos do mesmo autor. Este livro, de 1993, traça a trajetória dos quadrinhos, da sua origem até a década de noventa. Há muitas referencias visuais, e por isso mesmo acho que merecia ser atualizado e novamente editado, num formato livrão...cheio de páginas coloridas. Em 1996, Álvaro de Moya esteve em Atibaia por conta de um projeto da Secretaria de Estado. O evento aconteceu na Biblioteca do Alvinópolis e se estendeu por vários dias. Alem da palestra com Álvaro de Moya aconteceu uma mostra de painéis didáticos sobre o tema, exposição de gibis, oficinas e sessões de vídeos comentados. Dias desses, navegando pela internet, descobri um curta metragem que ele realizou com Rogério Scanzerla em 1969. Rogério Scanzerla é o diretor do clássico O Bandido da Luz Vermelha, de 1968. Filme considerado o mais representativo do chamado Cinema Marginal e tem uma linguagem narrativa própria das histórias em quadrinhos. Tive a oportunidade de ver O Bandido da Luz Vermelha pela primeira vez somente na década de oitenta, quando ajudava a operar um projetor 16 mm no cineclube da cidade...oh saudade.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Apresentação - O Baú do Garatuja
O Baú do Garatuja também poderia ser o nome desse blog. Os
alunos mais antigos certamente se lembrarão do velho baú repleto de gibis que
por longo tempo mantive no atelier. Para muitos jovens e crianças que passaram pelas
oficinas esse foi o objeto mais interessante do espaço. Embora adorado pelos
alunos, eu sentia certa resistência e desconfiança por parte de alguns pais.
Talvez vissem ali um desvio da proposta inicial, que era pagar uma mensalidade
para que seus filhos aprendessem a desenhar e pintar. Como nessa época eu vivia
exclusivamente das mensalidades, achei por bem "esconder" o tal baú,
guardando em outro local. Passei então a apresentar os gibis de maneira mais
seletiva, de acordo com a ocasião, mas nunca deixei de utilizá-los como importante
estímulo ao desenvolvimento e aprimoramento estético. Nesta época (anos
oitenta) eu tinha acabado de descobrir os quadrinhos americanos e europeus importados,
nada fáceis de encontrar. Atibaia era uma cidade pequena, provinciana, com
poucas bancas de jornal. Lembro-me que havia somente a Banca do Barqueta e da
Rodoviária. O material que chegava eram as publicações mais comerciais: Disney,
Maurício de Souza, Super-Homem, Batman, Pimentinha, Brotoeja, Luluzinha, etc.
Esse encontro com os quadrinhos artísticos foi casual, numa banca de jornal da
Avenida Paulista, de propriedade de João Zero (o nome me marcou). Foi lá que
conheci a revista Heavy Metal. Folhear essa revista foi como abrir uma
janela... Arrebatador! É bom lembrar que na época não havia a internet e para
conhecer uma revista nova, somente tendo-a em mãos. A Heavy Metal é uma revista
americana, que na época era vendida a preço de ouro (pelo menos para mim, que
vivia duro). Como patino no idioma, comprava com muito sacrifício e ficava
admirando os desenhos... E que desenhos! Enki Bilal, Phillippe Caza, e para mim
o melhor deles : Moebius. Depois dela fiquei muito mais exigente e passei a
comprar todos os gibis que me tocavam pelo visual, só depois lia as
histórias. A Heavy Metal foi bastante
arrojada para a época, com temática futurista, voltada a fantasia e a ficção
científica, com desenhos expressivos e tratamento gráfico impecável. Uma
surpresa para mim. Pela janela aberta pela Heavy Metal conheci os quadrinhos de
qualidade e com elas passei a encher meu baú. Mantenho muitas delas até hoje,
embora tenha me desfeito de verdadeiras preciosidades. Houve uma época em que
achei melhor passar meu acervo para os amigos "gibizeiros" imaginando
que fariam melhor proveito... Uma burrada. Com isso me desfiz das melhores
peças, mas não faz mal, algumas consegui de volta e outras procuro até hoje,
mas ainda sobrou muita coisa. Com o tempo a coleção aumentou e hoje tenho um
acervo bastante representativo do que de melhor se produziu aqui no Brasil e lá
fora. É com este material que pretendo alimentar esse blog, muito com a
intenção de despertar o interesse e a curiosidade nos alunos da nova geração e
quem sabe... Abrir janelas.
Márcio Zago
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