sexta-feira, 13 de março de 2015

Terra de Gigantes














Li As Viagens de Gulliver quando criança. Anos mais tarde acompanhei com interesse o seriado televisivo Terra de Gigantes, exibido na década de setenta. Não perdia um. Em comum a desproporção entre seres humanos e o fascínio que essa possibilidade me despertava. Acho que muita gente, quando criança, já se encantou com isso. A hipótese de viver com seres ou objetos de diferentes tamanhos está presente no imaginário coletivo... Desde os contos de fadas, como na fábula João e o Pé de Feijão. Nos gibis, como não poderia deixar de ser, o tema foi bastante explorado.  Viagem ao Interior de uma Moeda, publicado pela primeira vez em 1933, talvez seja a mais conhecida e cultuada história em quadrinhos sobre o tema.  Com ela surgia um novo herói: Brick Bradford. Nessa história o herói é chamado para auxiliar o professor Kopak que acabara de descobrir um novo elemento químico, que batizou de Kopakium, capaz de miniaturizar qualquer coisa. A intenção do cientista era reduzir uma nave, e alguns tripulantes, até o tamanho de um átomo para conhecer o interior de uma moeda. Ainda nos preparativos da viagem, Beryl (namorada de Brick), e Dr Ego (inimigo do Dr Kopak), entram as escondidas na nave e também são reduzidos. Na viagem encontram mundos paralelos habitados por outras civilizações. No Brasil também tivemos nossos heróis enfrentando a desproporção.

O mais cultuado é Jony Star em No Mundo dos Gigantes. Gibi editado nos anos setenta e hoje raridade. Apesar do nome, é brasileiríssimo. Criado pelo desenhista, roteirista, argumentista e editor Gedeone Malagola e com desenhos de Paulo Hamasaki e Moacyr Rodrigues, no Mundo dos Gigantes saiu em dois volumes das Edições GEP, o de número 16 e 23. Assim como nas aventuras de Brick Bradford a intenção dos heróis brasileiros também eram de penetrar no interior de uma moeda, só que um acidente inicial fez com que os tripulantes da nave Argus 1 permanecessem para sempre com 15 cm de altura. Com esse tamanho  Jony Star, sua noiva Evânia e os cientistas Gederson, Taj e Matsu enfrentam ladrões de jóias, monstros, ratos, insetos, cientistas loucos, robôs, mágicos e até o Homem Átomo, todos habitantes da própria Terra  e, obviamente, gigantes para eles que passaram a medir 15 cm de altura. Outro gibi nessa linha, também brasileiro, é O Homem Microscópico, de Mario Cândia - 1967. Não conheço, mas segundo informações obtidas na internet, a história remete ao filme Viagem Fantástica, de Richard Fleischer- 1966. Nesse filme os cientistas desenvolvem tecnologia para o encolhimento da matéria, só que o efeito dura pouco. A trama do filme é em torno da tarefa dos cientistas, reduzidos a milímetros, em desobstruir um coágulo no cérebro de um agente da CIA antes que o efeito acabe e eles voltem ao tamanho original. No gibi O Homem Microscópico, o cenário também é o corpo humano: Um cientista descobre um micróbio de forma humanóide e ele se torna um aliado em suas pesquisas. No acervo do Garatuja os alunos podem conhecer essas revistas.



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