Organizando a eterna bagunça, no canto dos gibis, notei a variedade de tamanhos existente entre eles, principalmente em relação às revistas mais antigas. Tem desde os chamados formatões, de 37 X 28 cm, até os minúsculos talão de cheque, de 8 X 16 cm. Se por um lado o computador (leia-se internet) trouxe pra dentro da nossa casa quase todas as imagens produzidas na banda desenhada, por outro, nos tirou um dos grandes prazeres que, imagino, seja de todo leitor: folhear um gibi. Não sei dizer se isso é coisa de gente velha ou se realmente é diferente. Ao abrir um gibizão e folhear suas páginas é como se o desenho ganhasse importância. Existe uma responsabilidade maior nesse ato que o torna diferente de vê-lo passando na tela do computador. Talvez essa “encanação” esteja ligada a minha área de atuação. Sou artista gráfico, artista plástico e há quase trinta anos trabalho com o ensino das artes com jovens e crianças, e considero quase obrigatório ter a materialidade do gibi como ferramenta de trabalho. Ao folhear um gibi encontro maior número de estímulos, inexistentes na fria tela de um computador: a textura do papel, o peso da revista, o cheiro, a visão total da diagramação e ...o tamanho. O formatão dá importância ao desenho. O formato comprido (tentativa da Ebal em inovar em algumas publicações da década de sessenta) é muito instigante e proporciona uma leitura eficiente, já o gizibinho "talão de cheque", assim como os "tijolinhos", são lúdicos, tem um encantamento quase infantil. É interessante notar como a relação de tamanho e formato era melhor explorado nas publicações antigas, talvez por ser uma linguagem ainda em processo...não sei. Entre o prazer de ter em mãos um gibi com “corpo e alma” e a imagem pasteurizada e asséptica do computador, fico com os dois. De um lado toda carga histórica presente em cada gibi que abro e folheio e de outro a possibilidade de conhecer, num click, quase toda história em quadrinhos produzidos no mundo. Imagino que em vinte anos tudo o que o homem produziu estará (ao menos citado) na internet. Gibi e computador: um complementa o outro...e na dúvida fico com os dois.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Tamanho e formato das HQs
Organizando a eterna bagunça, no canto dos gibis, notei a variedade de tamanhos existente entre eles, principalmente em relação às revistas mais antigas. Tem desde os chamados formatões, de 37 X 28 cm, até os minúsculos talão de cheque, de 8 X 16 cm. Se por um lado o computador (leia-se internet) trouxe pra dentro da nossa casa quase todas as imagens produzidas na banda desenhada, por outro, nos tirou um dos grandes prazeres que, imagino, seja de todo leitor: folhear um gibi. Não sei dizer se isso é coisa de gente velha ou se realmente é diferente. Ao abrir um gibizão e folhear suas páginas é como se o desenho ganhasse importância. Existe uma responsabilidade maior nesse ato que o torna diferente de vê-lo passando na tela do computador. Talvez essa “encanação” esteja ligada a minha área de atuação. Sou artista gráfico, artista plástico e há quase trinta anos trabalho com o ensino das artes com jovens e crianças, e considero quase obrigatório ter a materialidade do gibi como ferramenta de trabalho. Ao folhear um gibi encontro maior número de estímulos, inexistentes na fria tela de um computador: a textura do papel, o peso da revista, o cheiro, a visão total da diagramação e ...o tamanho. O formatão dá importância ao desenho. O formato comprido (tentativa da Ebal em inovar em algumas publicações da década de sessenta) é muito instigante e proporciona uma leitura eficiente, já o gizibinho "talão de cheque", assim como os "tijolinhos", são lúdicos, tem um encantamento quase infantil. É interessante notar como a relação de tamanho e formato era melhor explorado nas publicações antigas, talvez por ser uma linguagem ainda em processo...não sei. Entre o prazer de ter em mãos um gibi com “corpo e alma” e a imagem pasteurizada e asséptica do computador, fico com os dois. De um lado toda carga histórica presente em cada gibi que abro e folheio e de outro a possibilidade de conhecer, num click, quase toda história em quadrinhos produzidos no mundo. Imagino que em vinte anos tudo o que o homem produziu estará (ao menos citado) na internet. Gibi e computador: um complementa o outro...e na dúvida fico com os dois.
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