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História em quadrinhos de 1953.
Raridade recentemente adquirida pelo Garatuja. |
Existem certas confusões em relação ao que seja imagem 3D. Basta um passeio pelo google pra encontrar desenhos e pinturas classificadas como 3D, que na verdade são aplicações, muito bem feitas, do uso da
perspectiva. Só isso. Aquelas pinturas feitas na rua criando a ilusão de buracos e abismos é o melhor exemplo. Se fosse assim qualquer fotografia também seria 3D, uma vez que trazem todos os elementos da ilusão de tridimensionalidade: altura, largura e profundidade. O que define o efeito 3D é aquela sensação de que as coisas "pulam" fora do suporte, que pode ser um papel, uma projeção ou mesmo a tela do computador. Isso recebe o nome de
Estereoscopia, nome complicado para designar um fenômeno natural que qualquer pessoa desenvolve ao utilizar os dois olhos para enxergar. O fenômeno se dá em função da pequena distancia existente entre um olho e outro, que o cérebro trata de fundi-la numa única imagem, acrescentando as noções de profundidade, distância, posição, tamanhos dos objetos, velocidade, etc. O que chamamos de
Efeito 3D é o meio artificial que utilizamos para simular essa sensação, e para isso existem várias opções. No computador recebe o nome de
Realidade Virtual, ou simplesmente RV, e conta com inúmeros softwares com essa finalidade. O efeito 3D foi criado há muito tempo. Em 1849 o cientista
David Brewster, aproveitando a onda da fotografia, desenvolveu sua
máquina fotográfica estereoscópica, que tinha duas lentes ligeiramente separadas, registrando duas imagens simultâneas. Depois de reveladas era só utilizar um aparelho chamado
binóculo estereoscópico e as duas fotos voltavam a formar uma única imagem estereoscópica. Esse brinquedinho foi muito popular entre a burguesia da época.
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Máquina fotográfica e binóculos estereoscópicos. |
Certo tempo depois inventaram o
Sistema Anáglifo, com o famoso óculos vermelho e azul (ou verde). Foi
Frenchman Joseph D’Almeida, que em 1850, produziu a primeira imagem anáglifa. Ela tem o mesmo principio da anterior, só que as duas imagens são "fundidas" numa único lugar. É como se houvesse um erro de registro na hora da impressão, daí a aparência de "borrão". A diferença é que cada imagem recebe uma cor diferente: azul e vermelho. Os óculos anáglifo funcionam como um filtro: só a cor vermelha passa pela lente vermelha entrando no olho esquerdo. A lente azul bloqueia a imagem vermelha e deixa passar o azul diretamente no olho direito. Cabe ao cérebro "fundi-la" numa única imagem gerando a sensação estereoscópica. Depois disso outros processos foram desenvolvidos como
Estéreo Polarizado e a
Estéreo Eletrônico, mas o que interessa agora é o sistema anáglifo.
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Oficinas de História em quadrinhos 3D realizadas em 2012 pelo Ponto de Cultura. |
Foi assim que as crianças da oficina de quadrinhos fizeram seus trabalhos. Foram inúmeras historinhas produzidas com essa técnica e mostra de forma bastante clara nossa didática em relação ao ensino da arte para crianças. Toda produção inicial seguiu os caminhos tradicionais da confecção de uma história em quadrinhos: desenvolvimento de roteiro, de personagem, model sheet, pesquisa de ambientação, etc. A arte final foi produzida com papel, lápis, borracha, régua e nanquim, utilizando pincéis e bico de pena. Só depois é que esse material foi digitalizado e as crianças passaram a utilizar o computador no tratamento da imagem. A fusão dos antigos métodos do fazer artístico com os modernos processos digitais é a principal marca e o diferencial de nosso trabalho. Os elementos históricos também estão presentes, e complementam a formação da criança. A seguir duas historinhas produzidas em 3D. Uma da Lia Tricoli e outra do Vinicius. Para ver o efeito é necessário óculos bicolor. No Garatuja foi a própria criança que construiu o seu. Para saber mais
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